Rui Sobral de Campos
Rui Sobral Campos.jpg

Rui Sobral de Campos nasceu em 1941 no Porto. Publicou seis romances, entre os quais Em Nome de Meu Pai distinguido com o Prémio Fialho Almeida Ficção 2019 da Sociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos.

Licenciado em medicina e em história, Sobral de Campos trabalhou em hospitais públicos e privados de 1970 a 2012.

Na sua obra literária, Sobral de Campos procura ajudar a que o iníquo Estado Novo não caia no esquecimento, pois as novas gerações, sobretudo as nascidas pós 25 de Abril, têm legitimamente outras preocupações.

Entrevista com Sobral de Campos

 
 
 

Livros

Um Amor Insólito

2024

Matilde e Carlos se enamoraram na Faculdade de Medicina. Simplesmente após um encontro, que decorreu numa das diversas atividades da Universidade de Coimbra, beijaram-se e acabaram por encetar um relacionamento que, até acabar inesperadamente quatro anos mais tarde por iniciativa de Matilde, se foi desenvolvendo muito bem, com grande felicidade. Três décadas mais tarde, mais precisamente quando Carlos foi empossado como diretor do Departamento de Anatomia de uma universidade privada, Matilde dirigiu-se ao instituto para cumprimentá-lo.

As relações afetivas humanas nem sempre são claras e fáceis de explicar, muitas vezes são perplexas e difíceis de entender, foi nessa base que incidiu a construção de “Um amor insólito”, que tenta analisar os encontros e os desencontros amorosos que vão pautando a existência, sem que seja possível tirar conclusões definitivas que justifiquem os diversos acontecimentos, frutos das opções tomadas, as quais nem sempre seguem a lógica.

 

A Herdade do Mocho

2023

A Herdade do Mocho é uma obra de ficção, mas que retrata de forma realista o nascimento e a expansão de uma Herdade situada numa das zonas mais pobres e secas do Alentejo.

A Herdade do Mocho vai crescendo ao longo das gerações de uma família, sobrevivendo aos infortúnios quer das personagens, quer do tempo ou dos regimes políticos.”

Prefácio de Celina Lopes

 

A Informadora – Crónica de Anos Sombrios

2021

O tema deste livro publicado pelo Grupo Editorial Europa versa a questão dos informadores da polícia política: a PIDE. Na Revolução de 25 de abril de 1974, data em que caiu a ditadura que durou 48 anos, calculou-se que, para além de quase 3000 agentes da polícia existiam cerca de 20000 informadores. Não foi possível estabelecer um perfil psicológico que levasse ao exercício dessa função, pensando-se que, os informadores existiriam em todos os estratos sociais.

O Estado Novo com os seus quase 29000 presos, muitos com medidas de segurança que permitiam a continuação da detenção para além do fim da condenação, não exitando em assassinar. Manteve uma longa guerra colonial em três frentes, que durou 13 anos, deixando um rasto de mortos e feridos e terminando numa descolonização traumática.

Duas gerações já passaram desde o fim da ditadura, os nascidos neste século têm legitimamente outras preocupações, no entanto, é salutar que não esqueçam um dos períodos mais sombrios da nossa História Contemporânea. É esse o principal objetivo deste romance que, embora apoiado em larga literatura disponível sobre o Estado Novo é uma obra de ficção.

 

Em Nome de Meu Pai

2020
Prémio Fialho Almeida Ficção - SOPEAM 2019

Existem várias obras sobre o Estado Novo focando o funcionamento da ditadura bem como a violência que a PIDE exerceu durante décadas sobre os opositores. A Revolução de 1974 acabou com o regime e também com a ação da polícia política. Mas a Revolução não acabou com as recordações do sofrimento de quase 29 mil prisioneiros que se foram revezando nas masmorras do regime, tal como não cortou com as memórias dos descendentes quer das vítimas, quer dos 3000 torcionários, assim como de cerca de 20 mil informadores.

Duas gerações passaram sobre o colapso do Estado Novo. Para os recém-chegados, o passado irá aos poucos perder o seu significado, sobretudo para os nascidos no presente século. Têm legitimamente outras preocupações, vivendo num país que tem pouco a ver com o Portugal da ditadura. Se, por um lado, essas preocupações são pertinentes, por outro, a nossa memória coletiva, enquanto povo, deverá chegar até elas, pois o conhecimento do que sucedeu é essencial para que os momentos mais sombrios não se repitam.

 

A Família Farrica em São Domingos

2018

Quando, em 1854, o piemontês Nicolau Biava, vindo de Espanha, onde se dedicava à exploração mineira, inspecionou a Serra de São Domingos, encontrou uma terra de cor avermelhada, mais tarde denominada chapéu de ferro, denunciadora da existência de minérios, facto que era do conhecimento dos romanos, que 2000 anos antes já tinham explorado a mina.

Ao falar de São Domingos estamos a referir aquela que foi a maior exploração de pirites e cobre em Portugal e uma das maiores da Península Ibérica durante grande parte do século XX, não esquecendo o seu início, na segunda metade do século XIX.

 150 anos de história mineira, mesmo ficcionada, não existem desligados da verdadeira História da mina nem do País. São Domingos iniciou-se no tempo de D. Pedro V, viu as últimas décadas da monarquia, inseriu-se na conturbada Primeira República, sofreu com a Grande Guerra, viveu e morreu no Estado Novo.

 

O Mágico da Lua

2017

“Neste romance, breve e vertiginoso, vive-se o drama de um médico enamorado da sua paciente, mortalmente enferma, e a luta inglória da medicina contra o progresso da doença.

Os dois principais protagonistas parecem assumir, a princípio, uma pura atitude agnóstica, excluidora de qualquer dimensão metafísica, não enxergando na morte senão uma estrada em direção ao Nada absoluto.
Apesar disso, e é esse o momento mais belo da obra, uma certa forma de redenção é encontrada no regresso ao realismo fantástico da infância corporizado na paisagem encantada da Fonte Benémola, lugar onde aparece o Mágico da Lua, aquele que propicia a realização dos sonhos.”

Prefácio de Adalberto Alves

Contato

color-3.png